quarta-feira, 6 de novembro de 2013

PASTORAS GANHAM CADA VEZ MAIS ESPAÇO EM IGREJAS EVANGÉLICAS DE DIVERSAS DENOMINAÇÕES E PASSAM A SER ESSENCIAIS PARA A CONQUISTA DE NOVOS FIÉIS

A ordenação de mulheres ao sacerdócio não é novidade no meio evangélico, e com o crescimento deste segmento religioso, cada vez mais a mídia tem estudado e investigado como funciona a estrutura hierárquica das igrejas.

A revista IstoÉ publicou matéria sobre a presença maciça das mulheres no altar como pastoras, e destacou que esse fato contribui para o crescimento numérico de fiéis.



A reportagem destacou as personagens brasileiras com maior destaque no meio evangélico, além de exemplos de mulheres com menor exposição midiática, mas igual trajetória.

Cristiane Cardoso, esposa do bispo Renato Cardoso e filha de Edir Macedo, escritora com mais de um milhão de exemplares vendidos, afirma que a mulher como sacerdotisa é fundamental: “Entendemos que a liderança da mulher é uma necessidade da igreja e vai muito além do título ou cargo que ela exerce. Temos pastoras consagradas no Brasil e ao redor do mundo”.

Rogério Rodrigues da Silva, pesquisador da Universidade de Brasília, comenta que o fator feminino foi o principal ingrediente da receita de crescimento da Igreja Renascer em Cristo. De acordo com Silva, a bispa Sonia Hernandes é quem atrai multidões para a denominação liderada pelo marido, Estevam Hernandes: “Sem o viés feminino que Sonia trouxe à igreja, por certo a denominação não teria tido tanto avanço como houve no Brasil, sobretudo em São Paulo”, pontua o pesquisador.

Importantes denominações históricas do protestantismo no Brasil, como a Assembleia de Deus, também tem aberto espaço para as mulheres em funções pastorais. “Já não dá mais para negar a importância da mulher dentro das nossas igrejas. Eu não tenho o direito de negar a elas a prerrogativa de exercerem essa liderança”, diz Samuel Ferreira, pastor da Assembleia de Deus do Brás, que consagrou recentemente duas mulheres evangelistas.

Segundo bispo Hermes C. Fernandes, “uma liderança feminina dá credibilidade. Mulher não é vista como exploradora da fé, como ocorre com os homens”, afirma o líder da Igreja Reina.

Margarida Ribeiro, 48 anos, reverenda da Igreja Metodista, conta que estudou teologia seis anos antes de ser ordenada ao cargo. Hoje, com 27 anos de pastorado, já dirigiu 20 igrejas e enfrentou desconfiança: “[Quando ia pregar, perguntavam] ‘Você quem vai fazer o culto? Onde está o seu pai ou marido?’”.

A pastora Sarah Sheeva, criadora do Culto das Princesas, afirma que o preconceito ainda existe: “Pessoas ficam com um pé atrás quando chego. Pensam: ‘Mas é essa jovem que vai trazer a palavra, ministrar um congresso?’. Temos de nos esforçar duas vezes mais para ganhar a confiança”, diz a filha da cantora Baby do Brasil.


Ana Paula Valadão, 37 anos, pastora e cantora, vê na música gospel o grande trunfo das mulheres na conquista de espaço: “O movimento gospel colocou não somente homens, mas também mulheres em evidência. Algumas cantoras começaram a se destacar nos grupos de louvor e um dos desdobramentos disso foi o reconhecimento da capacidade que a mulher tem para exercer a função de liderança, inclusive em outras frentes”, resume Ana, usando sua história pessoal como exemplo.

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